Há um amplo consenso que indica que o tema da mudança climática é um dos maiores problemas globais em dimensões ambientais e sociais. O transporte é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, pois gera 14% das emissões de gases de efeito estufa do planeta e 23% das emissões de CO2 derivadas dos combustíveis; isto inclui o transporte de passageiras e cargas em todas as modalidades, em seus diversos âmbitos (urbano, interurbano, internacional).

Na América Latina, o setor de transporte é a principal causa de emissões de CO2 dentro das atividades que consomem energia, com 35% do total. O transporte terrestre gera 90% das emissões do setor na região, sendo 50% produzidos por transporte de passageiros e o restante por transporte de carga. Frente à alta taxa de crescimento do Produto Interno Bruto e da população, estima-se um forte crescimento nas emissões de gás de efeito estufa causadas por este setor.

O transporte tem grande responsabilidade na luta contra a mudança climática. Para atingir um acordo climático efetivo e fornecer um incentivo para o desenvolvimento sustentável, o transporte deverá ser considerado como parte da solução, e não apenas o problema. Atualmente, há diversos instrumentos que demonstram sua potencial contribuição ao transporte e que poderiam funcionar como catalisadores da compreensão de uma transformação em longo prazo dos sistemas de transporte. Os métodos de valoração econômica, isto é, alocação de valores monetários a variações do bem-estar da sociedade devido à perda de qualidade ambiental, exigem metodologias complexas por se tratar de um problema a escala global, o que leva a um problema de equidade, ocorre em um horizonte temporal e requer a aplicação de taxas de desconto sociais.

A República Argentina apresenta um forte compromisso de ação, o qual é materializado mediante a promoção de iniciativas de melhoria da sustentabilidade do setor transporte, através da promoção de projetos que limitem o crescimento de emissões, desde que estes não comprometam o desenvolvimento nacional.

Serão temas desta Comissão:

• O papel do transporte na emissão de gases de efeito estufa
• Métodos alternativos de valoração econômica da emissão de gases de efeito estufa mediante a aplicação de taxas de desconto sociais: 1) a abordagem de disposição a ser paga WTP (willingness to pay), 2) a abordagem de disposição a receber WTA (willingness to accep)
• Estratégias nacionais de mitigação no Setor Transporte
• Metodologias para Medição, reporte e verificação de emissões no setor transporte.
• Modelos de utilização comum indicados pelo IPCC
• Possíveis ações de adaptação e mitigação das emissões no setor Transporte, experiências no contexto nacional e internacional
• A experiência do setor transporte em financiamento do carbono: MDL, (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, Global Environment Facility (GEF), o Climate Investment Fund (CIF), o Clean Development Mechanism (CDM) e o Clean Technology Fund (CTF)
• Novas oportunidades para obter financiamento: as NAMAs (Nationally Appropriate Mitigation Actions)
• Efeitos das mudanças climáticas, medidas por meio do Custo Social do Carbono (SCC, por suas siglas em inglês, Social Cost of Carbon)